Lee 'Scratch' Perry

Vista das obras de [view of artworks by] Lee ‘Scratch’ Perry na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras de [view of artworks by] Lee ‘Scratch’ Perry na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras de [view of artworks by] Lee ‘Scratch’ Perry na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras de [view of artworks by] Lee ‘Scratch’ Perry na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras de [view of artworks by] Lee ‘Scratch’ Perry na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras de [view of artworks by] Lee ‘Scratch’ Perry na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras de [view of artworks by] Lee ‘Scratch’ Perry na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
Vista das obras de [view of artworks by] Lee ‘Scratch’ Perry na 34ª Bienal de São Paulo. © Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo

Lee 'Scratch' Perry (1936, Kendal, Jamaica) é muito conhecido como um ícone musical de sua Jamaica natal. Produtor visionário e inovador, ele contribuiu significativamente para a expansão da cena da arte musical jamaicana entre as décadas de 1960 e de 1970. Durante esses anos, muitos músicos importantes foram produzidos e gravados no Black Ark, o estúdio de gravação construído em 1973 por Perry nos fundos da casa de sua família em Kingston, onde ele consolidou sua habilidade para mixar sons contando apenas com equipamentos simples de gravação e um conhecimento único das camadas acústicas e dos ritmos. A história do reggae, do dub e até mesmo do hip-hop não pode ser contada sem mencionar a frenética e inovadora produção de Perry, nem separada das narrativas mais amplas da diáspora africana, em suas idas e voltas através do Atlântico. Por volta de 1979, Perry começou a cobrir todo o Black Ark com desenhos e garatujas incompreensíveis, em certa medida antecipando algumas de suas instalações e obras de arte posteriores. O estúdio foi fechado (ou incendiado, segundo alguns) alguns anos depois, e Perry levou uma vida nômade antes de se mudar para o interior da Suíça, onde vive até hoje. 

Ao longo dessas décadas, Perry desenvolveu uma prática artística que compartilha com sua produção musical o interesse por alcançar harmonias e abalar sensibilidades. Desenhos, pinturas e textos são agrupados nas paredes de seu estúdio, ou em capas de discos de vinil, e mais tarde se tornam peças autônomas e independentes. Perry cria assim um universo idiossincrático, atravessado por influências sincréticas que vão de figuras católicas ao Obeah, um sistema de práticas espirituais e de administração da justiça desenvolvido por africanos ocidentais e caribenhos escravizados, assim como referências explícitas às espiritualidades da África Ocidental, como Akan. Pinturas e esculturas bem-humoradas são justapostas a composições autobiográficas, formando uma rede que sugere um movimento contínuo de recomposição e ressignificação. A obra de Perry perpassa diferentes gêneros ao entrelaçar palavras escritas, imagens, espelhos, fotografias e objetos apropriados, entre outros elementos que com frequência são também cortados, queimados ou pintados. Muito impregnado de espiritualidade, com suas obras Perry dá vida a uma espécie de panteão mágico – no esforço incessante de venerar o Todo Poderoso.



Apoio: COINCIDÊNCIA – Um programa da Fundação suíça para a cultura Pro Helvetia

  1. Caroline A. Jones, Eyesight Alone: Clement Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
  2. Greenberg’s Modernism and the Bureaucratization of the Senses (Chicago: University of Chicago Press, 2005).
Compartilhe
a- a a+